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O maior problema

Suicídio é a terceira maior causa de morte entre os jovens, resultando em cerca de 4.400 mortes por ano, de acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), dos Estados Unidos. Para cada suicídio consumado entre os jovens, ocorreram pelo menos 100 tentativas de suicídios. Nas escolas norte-americanas mais de 14% dos alunos do ensino médio já cogitaram a possibilidade de suicidarem e cerca de 7% já tentaram.

Vítimas de bullying consideram de duas a nove vezes a mais a possibilidade de cometer um suicídio do que as não-vítimas, de acordo com estudos da Yale University.

Um estudo na Inglaterra apontou que pelo menos a metade dos casos dos suicídios ocorridos entre os jovens estão relacionados com  bullying.

Dados e fatos

  • 68% dos adolescentes concordam que o cyberbullying é um problema sério na juventude atual.

  • 66% dos adolescentes que testemunharam a crueldade online também testemunharam os outros que se juntaram; 21% dizem que também se juntaram no assédio.

  • 43% dos adolescentes com idades entre 13 a 17 relatam que sofreram algum tipo de cyberbulying no ano passado.

  • Cerca de 25% dos adolescentes já sofreram bullying repetidamente através de seus telefones celulares ou Internet.

  • Apenas 7% dos pais norte-americanos estão preocupados com o cyberbullying, embora 33% dos adolescentes têm sido vítimas de cyberbullying

Caso Amanda Todd

Amanda Todd tinha apenas 12 anos quando o seu pesadelo começou. Amanda entrou em uma sala de bate papo, e após diversos elogios, foi induzida a mostrar seus seios na webcam.

Um ano depois, uma pessoa que estava no chat entrou em contato com Amanda pelo Facebook e disse que se ela não “fizesse um show para ele”, ele iria mostrar os prints (da tela do bate-papo) para amigos e familiares de Amanda.

Essa pessoa ainda chegou a persegui-la. Ele sabia de tudo: onde ela morava, onde passava as férias, quem eram seus amigos…

As fotos foram enviadas para todos e, então, Amanda começou a adoecer: ela sofria com ansiedade, depressão e pânico. E assim, passou a usar drogas e álcool.

Um ano se passou e o “bully” de Amanda voltou. Ele criou uma página no Facebook onde a foto do perfil eram os seios da Amanda Toddy.

No vídeo em que fez para contar sua história, Amanda disse que “chorava a noite toda, perdeu todos os seus amigos e o respeito deles“. Ela sofria com os xingamentos, os julgamentos e sofria ainda mais por não poder tirar aquelas fotos da internet.

Com tanta tristeza e se sentindo pressionada, Amanda passou a se automutilar.

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Ela mudou de escola e ficava sozinha, todos os dias. Até que, depois de um mês, ela conheceu um garoto mais velho. Ele disse que estava gostando dela, mesmo tendo uma namorada. Ela foi iludida e acabou se envolvendo com o menino.

A namorada, junto com outras 15 meninas foram tirar “satisfação” com Amanda e a humilharam em frente a escola. Além disso, ela também sofreu agressões físicas desse 

grupo de colegas.

Amanda voltou para casa e tentou se matar tomando alvejante. Depois de ser internada e voltar para casa ela passou a receber mensagens de ódio como “Ela merece!” e “Espero que ela morra!”.

Amanda se mudou para a casa da mãe. Seis meses se passaram e pessoas ainda enviavam fotos de alvejantes e produtos de limpeza para Amanda.

Amanda ainda teve overdose por ingerir remédios anti-depressivos . Amanda não resistiu a pressão e se enforcou.

Caso Júlia Rebeca

A morte da adolescente piauiense em Parnaíba, Júlia Rebeca, comoveu toda a população na cidade no norte do Piauí. Foi pelas redes sociais, que a jovem Júlia Rebeca anunciou o dia da própria morte. Tudo aconteceu depois que um vídeo íntimo entre ela, um rapaz e outra adolescente, filmado pela própria jovem, vazou para as redes sociais através do WhatsApp.

Após vídeo íntimo sair no WhatsApp, Júlia Rebeca anunciou sua morte pelo Twitter.

Caso Tyler Clement

Tyler Clementi era um universitário de 18 anos quando morreu em 2012. Tyler Clementi se jogou de uma ponte, em Nova Jersey, em 2010. Isso aconteceu depois que sua relação amorosa foi divulgada na internet. O seu colega de quarto na Universidade Rutgers, deixou a webcam ligada sem o jovem saber.

Tyler mantinha relações com um homem, a gravação pegou os jovens se beijando. Ravi foi condenado por quinze crimes contra o seu colega e levou apenas 30 dias de prisão.

Um dia antes da morte de Tyler, o colega de quarto criou uma conta no Twitter e chamou os amigos para assistir o segundo encontro do casal via webcam. Antes de pular da ponte George Washington, Tyler publicou em seu Facebook: “pulando da ponte GW, desculpa”

 Júlia Rebeca foi encontrada morta dentro do quarto, enrolada no fio da própria chapinha no dia 10 de novembro 2013. A data foi postada em uma mensagem através do Instagram e do Twitter da jovem, que dizia: “Eu te amo, desculpa eu n ser a filha perfeita mas eu tentei… desculpa eu te amo muito mãezinha (…) Guarda esse dia 10.11.13 [sic]“.

Outras mensagens deixadas no Twitter da jovem, também chocaram os familiares, como as frases “E daqui a pouco que tudo acaba.” e logo após “E tô com medo mas acho que é tchau pra sempre”.

Entrevistada: Larissa Feitosa, Assistente social do IFBA

1-O que você entende por cyberbullying?

Eu compreendo como o próprio prefixo e sufixo da palavra coloca: como "brincadeiras" ofensivas, comentários grosseiros, racistas, preconceituosos etc. sob a máscara de brincadeira que acontecem virtualmente, isso (ocorre) nas redes sociais, etc.

2-Como o cyberbullying afeta o psicológico da vítima?

Bom, primeiramente porque o bullying se caracteriza como o apontamento ou a descrição de uma determinada pessoa ou grupo, que são pejorativas, com adjetivos negativos etc. isso já toca nas questões íntimas e muitos delicadas, por esse motivo afeta psicologicamente.

3-Qual a influência da sociedade sobre o cyberbullying?

Para responder melhor seria necessário ter em mãos dados de pesquisas feitas nas redes sociais. Mas eu acredito que essa questão é muito dividida porque entre os jovens, hoje, é muito comum comentários respaldados em opiniões preconceituosas.

4-Quais as reações mais comuns da vítima para/com a sociedade?

A maioria das pessoas se isolam, não denunciam, porque a questão do cyberbullying é algo recente, mas isso vem acontecendo desde o surgimento da internet e das redes sociais, porém a criminalização do mesmo que é recente. Então, as pessoas que passam por isso ficam constrangida e se isolam.

5-Qual o primeiro passo para acabar com o cyberbullying?

No contexto, hoje, de tecnologia avançadíssima, (eu) acho muito difícil acabar. A gente precisa criar mecanismos de rastreamento e que a legislação fosse mais firme em relação à condenação das pessoas que cometem o crime, mas acabar mesmo com a prática do cyberbullying, acho algo difícil. O ambiente virtual só avança, porém sem o controle necessário.

6-Como diferenciar uma brincadeira inofensiva dos atos de bullying?

Hoje é uma linha muito tênue, mas a gente entende por brincadeira aquilo que causa alegria, distração, interação em grupo e o cyberbullying é muito escancarado, na verdade, apontando características pejorativas das pessoas. Então, eu acho que quando sai do campo da alegria e fica inconveniente, agressivo e violento se vê o limite da brincadeira.

7-Você conheceu ou presenciou algum ato desse crime cibernético?

Não. No momento que aconteceu, não. Mas já vi pessoas compartilhando vários prints de pessoas que sofreram cyberbullying.

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